Liderança que transforma: mulheres do agro conectam propósito, sustentabilidade e ação
Projeto ALMA forma lideranças femininas no campo e reforça práticas alinhadas aos valores do Sistema Campo Limpo, como responsabilidade compartilhada e educação ambiental.

No agronegócio brasileiro, a força das mulheres tem ganhado cada vez mais espaço e reconhecimento. Em um setor que se moderniza, busca soluções sustentáveis e valoriza a responsabilidade compartilhada, como faz o Sistema Campo Limpo há mais de 20 anos, é essencial olhar também para quem está por trás das boas práticas no campo. É nesse cenário que surge o Projeto ALMA, Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio, iniciativa que vem revelando talentos femininos e impulsionando transformações nas propriedades, nas famílias e nas comunidades rurais.
O Projeto ALMA foi criado em 2018 com a missão de fortalecer a presença feminina no setor. Resultado de uma parceria entre a Corteva Agriscience, a Fia Business School e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), a iniciativa busca acelerar o desenvolvimento de mulheres do campo e estimular a formação de novas líderes.
A cada edição, participantes de diferentes regiões do Brasil se conectam em um ambiente online dinâmico e acolhedor, onde compartilham experiências, trocam aprendizados com especialistas e mergulham em temas que vão da gestão e sustentabilidade à inovação e protagonismo no agro.
Segundo Cristina Pimmel, engenheira agrônoma e uma das participantes do programa, a proposta vai ao encontro de suas necessidades. “O ALMA amplia conhecimentos, fortalece a confiança e oferece ferramentas práticas para que essas mulheres gerem impacto real no campo.”

Um dos méritos do projeto está na forma como os temas técnicos e sociais são tratados com sensibilidade e aplicação prática. Sustentabilidade, boas práticas agrícolas e cuidado com o meio ambiente são abordados por meio de exemplos reais de propriedades que conseguem aliar responsabilidade ambiental com produtividade. O programa mostra que é possível produzir de forma eficiente, cuidando do solo, da água e das pessoas.
Essa abordagem está alinhada aos valores do Sistema Campo Limpo, programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas, que tem como pilares a educação ambiental e a corresponsabilidade entre os elos da cadeia agrícola. Embora o ALMA não trate diretamente da logística reversa de embalagens, assuntos como o uso responsável de insumos e a destinação ambientalmente correta estiveram presentes nas discussões. Cristina destaca que muitas participantes encerram o programa com a percepção clara de que têm um papel ativo na promoção de boas práticas, seja orientando suas comunidades, sendo exemplo dentro de casa ou buscando soluções sustentáveis para os desafios do campo.
A conexão entre o Projeto ALMA e o Sistema Campo Limpo também se fortaleceu por meio de iniciativas educativas colocadas em prática pelas próprias participantes. Em uma das regiões envolvidas, foi proposta a realização do curso EaD Campo Limpo com agricultores locais, em parceria com o Projeto Descarte Correto, iniciativa das alunas do Projeto Alma.
A ação teve adesão do Colégio Agrícola de Toledo, cujos alunos participaram ativamente da formação, ampliando seus conhecimentos sobre responsabilidade compartilhada e contribuindo para a conscientização sobre o destino ambientalmente adequado de embalagens vazias. Esse tipo de desdobramento mostra como o conteúdo do Sistema pode sair do ambiente formativo e gerar impacto direto nas comunidades rurais.
O projeto também se destaca por estimular conexões entre as participantes. Ao abrir espaço para conversas abertas e trocas de experiências, o ALMA ajuda a formar redes de apoio que permanecem mesmo após o encerramento do curso. Cristina observa que esse ambiente favorece o reconhecimento de realidades semelhantes. “São histórias de sucessão familiar, dificuldades na gestão e dúvidas do dia a dia. Saber que outras mulheres passam pelos mesmos desafios gera acolhimento e confiança”, explica.
Entre os resultados observados, o debate sobre sucessão nas propriedades rurais se destaca. Esse é um tema muitas vezes evitado, mas o programa mostrou que pode ser abordado com planejamento e leveza. O aprendizado contribui para fortalecer os vínculos familiares e dar segurança à continuidade das atividades rurais.
Ainda de acordo com Cristina, a formação impacta a gestão das propriedades e o envolvimento das mulheres nas decisões, o que é algo positivo. “Incluir mulheres nos processos decisórios é uma estratégia que fortalece a organização das propriedades, promove inovação e amplia o compromisso com a sustentabilidade.” Essa transformação está em sintonia com o trabalho do Sistema Campo Limpo, que há décadas demonstra como a união entre diferentes elos pode gerar resultados ambientais e sociais relevantes.
O modelo do ALMA pode inspirar outras ações no setor. O formato online, que respeita a rotina das mulheres no campo, permite maior participação e engajamento. Com isso, as participantes se sentem parte ativa das decisões da família e do negócio. É um formato que pode ser replicado em diferentes iniciativas que tenham como foco a inclusão e o desenvolvimento sustentável.
“Que cada mulher do campo reconheça sua força e não tenha medo de ocupar seu espaço. O agro precisa de diferentes olhares, de coragem para inovar e de compromisso com o futuro. A liderança feminina traz tudo isso. Apoiar esse protagonismo é caminhar junto para construir um agronegócio mais sustentável, integrado e competitivo.” finaliza Cristina.