Pioneirismo e eficiência marcam a atuação da ADITA no Sistema Campo Limpo

Com mais de duas décadas de atuação, a Associação dos Distribuidores de Insumos e Tecnologia Agropecuária (ADITA) se consolidou como uma das principais referências em logística reversa de embalagens vazias e sustentabilidade no Sul do Brasil. Atuando de forma integrada ao Sistema Campo Limpo, a entidade avança continuamente na ampliação de sua rede, na inovação dos processos e na conscientização ambiental junto aos seus associados, parceiros e produtores rurais.

Em entrevista exclusiva ao Portal do Sistema Campo Limpo, o engenheiro agrônomo e diretor executivo Waldir José Baccarin fala sobre os resultados da associação, o trabalho junto aos agricultores e as perspectivas para o futuro do agro sustentável.
Confira:
1. A ADITA celebrou recentemente um marco no primeiro semestre de 2025: mais de 1.100 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas destinadas corretamente. Fale um pouco sobre o trabalho da associação e o que esse número representa.
A ADITA foi fundada em 1999 por um grupo de distribuidores que buscavam soluções seguras e organizadas para a destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Desde então, crescemos de forma estruturada, sempre com foco em eficiência, segurança e responsabilidade ambiental. Esse marco de mais de 1.100 toneladas destinadas corretamente apenas no primeiro semestre de 2025 reflete o compromisso de toda a equipe e dos nossos parceiros. Hoje, atuamos em mais de 50% do território do Paraná e no oeste de Santa Catarina, atendendo uma área de cerca de 11 milhões de hectares e envolvendo 294 empresas associadas e parceiras. Nosso trabalho é totalmente licenciado e realizado com frota própria, garantindo controle em todas as etapas, da coleta ao transporte e à entrega nas centrais de recebimento.
2. Como é a relação da ADITA com os produtores rurais? E como essa relação contribui para ampliar a conscientização sobre a importância da logística reversa e da sustentabilidade?
A relação com o agricultor é o coração do nosso trabalho. Mantemos um call center exclusivo para o agendamento das devoluções e para o esclarecimento de dúvidas sobre o processo. Atendemos de forma direta cerca de 13 mil produtores cadastrados, e esse contato constante é essencial para garantir que todos compreendam as etapas e a importância da devolução correta das embalagens vazias. Cada ligação é uma oportunidade de conscientização: explicamos o que deve ser feito, por que é importante e quais são as responsabilidades de cada elo da cadeia. Além disso, realizamos mais de 600 recebimentos itinerantes por ano, o que aproxima ainda mais o agricultor do Sistema e facilita a logística, especialmente nas regiões mais distantes das centrais. O resultado é muito positivo porque temos uma adesão praticamente total e um nível de organização e segurança que refletem o quanto o produtor já entende seu papel na sustentabilidade do agro.
3. Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro tem avançado em tecnologia e sustentabilidade. Como a ADITA tem acompanhado esse movimento e incentivado seus associados a adotarem práticas alinhadas a esses conceitos?
A inovação é uma prioridade para nós. Digitalizamos todo o processo de gestão das embalagens, utilizando o Sistema de Informação das Centrais (SIC) e o Sistema de Informação de Postos (SIP). Essas ferramentas permitem rastrear cada embalagem vazia, do cadastro do agricultor até o destino final, com dados atualizados em tempo real. Isso traz transparência, agilidade e segurança, tanto para os órgãos de fiscalização quanto para nossos associados. Também mantemos uma comunicação direta com os distribuidores por meio de boletins informativos diários e reuniões periódicas. Nelas, tratamos de temas como boas práticas agrícolas, legislações ambientais e segurança operacional, fortalecendo o conhecimento e a responsabilidade compartilhada entre todos.

4. Quais ações da ADITA você destacaria como exemplo de eficiência na operação das embalagens vazias junto ao Sistema Campo Limpo?
O nosso Programa de Recebimento Itinerante é um exemplo de eficiência e inovação. Foi estruturado com frota própria e equipes treinadas para atuar em total conformidade com as exigências ambientais. Atualmente, contamos com seis veículos de grande porte, incluindo carretas e furgões totalmente identificados e licenciados, que realizam coletas em pontos estratégicos definidos em conjunto com cooperativas e revendas. Essa operação garante segurança, otimização de rotas e um aproveitamento logístico que reduz custos e emissões. Além disso, temos um índice de qualidade muito alto: o material recolhido por nossas equipes chega às centrais em condições até 40% melhores do que as devoluções diretas, devido ao acompanhamento técnico e à orientação ao produtor. Trabalhamos ainda com mais de 40 colaboradores diretos, em um processo totalmente controlado e rastreado. Isso nos permite oferecer um serviço de excelência dentro do Sistema Campo Limpo.

5. Olhando para o futuro, quais são os principais desafios e oportunidades que a ADITA enxerga para o desenvolvimento sustentável do agro?
Vejo dois grandes caminhos: o primeiro é continuar investindo em educação ambiental e conscientização, especialmente entre as novas gerações. Nesse sentido, temos orgulho de participar do Programa de Educação Ambiental (PEA) Campo Limpo, que já rendeu diversos prêmios nacionais a escolas da nossa região. O segundo é expandir nosso modelo de operação para atender novas regiões e associações interessadas. Já estamos sendo procurados por entidades de outros estados que querem adotar o mesmo formato de gestão integrada, pela qualidade e eficiência que oferecemos. Nosso objetivo é continuar contribuindo para um agronegócio mais limpo, inovador e responsável, sempre em sintonia com o propósito do Sistema Campo Limpo e com as metas de sustentabilidade do setor.
6. Espaço aberto para considerações finais
Nosso trabalho é movido por um propósito claro: proteger o meio ambiente e fortalecer o agro brasileiro. Quando olhamos nossa trajetória, desde 1999 até hoje, vemos o quanto evoluímos: saímos de 330 toneladas destinadas no primeiro ano para a previsão de destinar 2.200 toneladas em 2025. A ADITA é, acima de tudo, uma rede de pessoas comprometidas com o futuro. Seguiremos investindo em tecnologia, capacitação e educação para manter nossa excelência operacional e fazer a nossa parte na proteção ao meio ambiente.